Os sítios arqueológicos de Santa Maria Madalena são os mais recentes da Tradição Cultural Una (meados do primeiro milênio depois de Cristo). Situam-se em grutas ou abrigos sob a rocha. Neles foram encontrados sepultamentos em urnas que lembram a forma da fruta da sapucaia, além de pequenos vasos, pulseiras e colares de ossos de animais ou de sementes de capim navalha, faixas de fibras vegetais, tecidos de pontos de rede, cordéis e uma vara espontada e bem polida. Diversas características dos achados correspondem às descrições referentes a determinados traços culturais dos índios puri-coroados, integrantes do tronco macro-jê, que ocuparam a região que se estende do rio Paraíba do Sul ao rio Doce. Os coroados, puri e coropó, foram tribos bastante aproximadas do ponto de vista lingüístico e cultural. No passado, os coroados formaram uma só tribo com os puri, mas estes, devido a uma briga entre as duas famílias, tornaram-se inimigos.

Foto 1: Vista da Pedra do Urubu.

 

Mapa Topográfico da região de Santa Maria Madalena

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Os puri

O antigo “habitat” dos puri estendia-se desde o rio Paraíba do Sul até a serra da Mantiqueira e a margem superior do rio Doce. A denominação puri foi um nome depreciativo que lhes foi dado pelos coroados. A princípio os puri totalizavam cerca de quatro mil indígenas. Eram nômades e se alimentavam de caça, frutos e raízes, rebentos de palmeiras e caratinga.

Família de índios puris em viagem.
Índio puri retornando da caça.

Os coroados

Um índio coroado com seu prisioneiro.

No começo do século XIX, os coroados viviam, principalmente, às margens do rio Xipotá Novo (rio dos Coroados). Os portugueses os denominaram de coroados devido a sua tosura (coroa). Depois de serem impiedosamente explorados pelos colonizadores, atingiram a decadência completa em 1831.

As descobertas em Madalena

 O principal sítio arqueológico é a Toca dos Urubus localizado no vale da Fazenda Fortaleza (veja localização no mapa) próxima à Pedra do Urubu (Foto 1); onde foram retiradas 18 urnas, 20 esqueletos e 2 corpos masculinos mumificados. Além desses, foram encontrados um corpo mumificado de quati, 4 faixas de tecido, cordéis e colares de contas e dentes de animais, um objeto de madeira polida e fragmentos diversos incluindo um pequeno tronco com marcas de cortes feitos com machado de pedra. Os outros sítios são: o Abrigo do Alair, situado numa área próxima ao vale da Fazenda Fortaleza; a Fazenda Mocotó (veja localização no mapa) nas margens do rio Negro e o sítio da Fazenda da Posse, uma pequena prateleira rochosa com dois pequenos salões superpostos. Todos os sítios apresentam características comuns, ou seja, são grutas ou abrigos de acesso difícil, de pequenas dimensões, sem água nas proximidades e com evidências marcantes de erosão. O material arqueológico significativo é o cerâmico, seguido do ósseo e do vegetal (tecido). O material arqueológico recuperado encontra-se sob a guarda do Instituto de Arqueologia Brasileira (IAB) e do Museu Nacional (MN-UFRJ).

 

 

 

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Placa 1: Resumo das placas explicativas sobre a geologia local.

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Placa 3: Ponto de Interesse Geológico – Pedra Dubois.

Placa 4: Ponto de Interesse Geológico – Represa da Tudelândia.

Placa 5: Ponto de Interesse Geológico – Cachoeira do Escorrega.

Placa 6: Ponto de Interesse Geológico – Serra da Grama.