Biografia e Cronologia da atriz Dercy Gonçalves

* Por Nestor Lopes

Dolores Gonçalves Costa nasceu no dia 23 de Junho de 1907 em Santa Maria Madalena no Estado do Rio, filha de Manoel Gonçalves Costa e de Margarida Gonçalves Costa. Seu pai era alfaiate e sua mãe era lavadeira. Tinha 09 irmãos e ela era a mais nova. Seus pais foram felizes durante alguns anos. Dois anos após o seu nascimento apareceu em Madalena uma mulher de nome Vitória por quem seu pai se apaixonou e sua mãe, sentindo-se magoada, abandonou o lar e foi trabalhar como empregada doméstica no Rio de Janeiro, deixando uma empregada cuidando dos filhos. Só retornou a Madalena em 1912. Em 1917 sua mãe morre. Dolores teve um pouco de carinho da mãe preta, a quem ela chamava de minha nêga e de sua irmã Bita.

Dolores Costa se alfabetizou num colégio público dirigido por D. Ruth Pitombo e sua primeira professora foi D. Oneida Pinheiro, falecida em 10 de julho de 1999, em Madalena. Depois disso, aos 10 anos, por ser uma criança muito levada, seu pai tirou-a da Escola e não pode estudar mais.

Aos 13 anos ficou noiva de um rapaz chamado Luiz Pontes, pelo qual se apaixonou perdidamente e continua hoje aos 92 anos dizendo, sem hesitar, que ele foi o maior amor de sua vida.

A família do rapaz, para que ele não se cassasse com ela, convenceu-o a trabalhar em Assis – São Paulo. Aos 16 anos ela terminou o noivado pois o rapaz não mais apareceu aqui. Então, ela foi trabalhar na bilheteria do Cine Ideal de propriedade do Sr. José Simão Bechara.

Aos 17 anos, chegou em Madalena a Companhia de Teatro de Maria Castro. Foi assistir o espetáculo e viu surgir a sua vocação “O Teatro”. Num belo dia viu que Eugênio Pascoal, ator e cantor, subia a rua direita; correu para casa e começou a cantar com o objetivo de que sua linda voz fosse ouvida pelos integrantes da Companhia que ali passavam. Começou a cantar Malandrinha e os integrantes pararam defronte a sua casa a fim de ouvir a sua voz. Quando Companhia partiu, ela foi embora com eles. Seu pai não aceitando a decisão tomada por ela, foi atrás, apanhou-a e trazendo-a de volta a Madalena, colocou-a no Hotel Brasil, porque ela ainda tinha 17 anos e não mais poderia ficar em casa com os outros irmãos por ter fugido.

Em 1928, Dolores completa 21 anos e é ajudada por sua irmã Cecília que lhe deu dois mil réis, dinheiro certo para ir embora de Madalena para Conceição de Macabu a procura da Companhia de Maria Castro. Encontra Eugênio Pascoal que aconselha Maria Castro a ficar com Dolores.

Em 1929, Dolores Costa Bastos estréia em Leopoldina, Minas Gerais, na Companhia Maria Castro, fazendo o dueto com Eugênio Pascoal.

Em 1930, forma com Pascoal a dupla “Os Pascoalinos”, viajam pelo interior do Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo realizando espetáculos juntos, pois decidiram largar a Companhia de Maria Castro. Muda seu nome para Dercy Gonçalves e começam a integrar a Companhia Ambulantes.

Em 1932, entra para o elenco da Casa de Caboclo, no Teatro São José, no Rio de Janeiro, onde participa dos espetáculos: Minha Terra – do Maestro J. Aimberê; Quequé Qué Casá; Gente de Fora, de Duque e de Chocolate; Viva as Muié e as Pastorinhas, de Duque, Jararaca e Ratinho.

Em 1933, na Casa de Caboclo participa de Carnaval no Sertão de Freire Junior, Micróbio do Carnaval de Duque, Salada de Caboclo de vários autores, Casa de Caboclo e Alma de Caboclo de João do Rego Bastos e Promessa de Ari Kerner. No final deste mesmo ano, conheceu Ademar Martins um homem muito rico, corretor de café que se encanta por ela. Ela havia contraído tuberculose e voltou a Madalena para se curar da doença e daqui foi para Santos Dumont, onde ficou curada.

Em 1934, participa da peça Foi seu Cabral, de Freire Junior e Coisinha Boa de Viriato Correia. Neste mesmo ano no dia 24 de Dezembro nascia Decimar fruto da amizade com Ademar.

De 1936 a 1940 apresenta-se em circos, cabarés e espetáculos “gênero livre”, fazendo principalmente imitações dos grandes astros radiofônicos (Carmem Miranda, Orlando Silva, Moreira da Silva).

Em 1941, encenava a peça Rumo a Berlim de Freire Junior e Walter Pinto, e Passo de Ganso de Freire Junior. Em 31 de Dezembro deste ano casa-se com Danilo Bastos.

Em 1943, estreia no cinema com Samba em Berlim de Luiz de Barros, e Rei Momo na Guerra de Freire Junior e Assis Valente.

Em 1944, estreia a Barca da Cantareira e Momo na Fila de Geisa Bôscoli e Luiz Peixoto. Neste mesmo ano apresenta-se no Cassino Icaraí, num show com Grande Otelo, e atua no filme Abacaxi Azul de J. Ruy Costa.

Em 1945, apresenta a peça “Bonde da Laite” de Geisa Bôscoli e Luiz Peixoto, e “Canta Brasil” de Luiz Peixoto, Geisa Bôscoli e Paulo Orlando.

Em 1946, apresenta a peça “Fogo no Pandeiro”, de Cardoso de Menezes e J. Maiá; “Jogo Franco”, de Freire Junior e Luís Iglésias. Neste mesmo ano trabalha no filme “Caídos do Céu” de Luís (Lulu) de Barros.

Em 1947, apresenta as peças “Sinho do Bonfim” , “Deixa Falar” e “Posso Entrar nessa Marmita ?” , de Luiz Peixoto e Geisa Bôscoli; “Mulher Infernal”, de José Wanderley e Renato Alvim e “Que Medo, Ó”, de Luiz Peixoto, Saint Clair Senna e Olavo Barros.

Em 1948, encena “É com Esse Que Eu Vou !” , de Paulo Orlando e Manoel Paradela; “Tem Gato na Tuba”, de Walter Pinto e Freire Junior; “Sabe Lá o Que É Isso ?”, Jorge Murad, Paulo Orlando e Humberto Cunha; “Biribá Tá Ai”, de Jorge Murad e Humberto Cunha; “Manda Quem Pode”, de Luiz Peixoto e Ar Barroso e “Cara Malfeita” de Manoel da Nóbrega. Neste mesmo ano viaja a Venezuela.

Em 1949, apresenta “Confete na Boca”, de Aristides Basile e Danilo Bastos; “Quero Ver Isso de Perto”, Luiz Iglésias e “Pro Catete Vou a Pé”, de Paulo Magalhães.

Em 1950, apresenta “Nega Maluca”, de Luiz Peixoto, Freire Junior e Walter Pinto; “Catuca por Baixo”, de Luiz Peixoto, Geisa Bôscoli e Freire Junior e “Quem Tá de Ronda É São Borja”, de Luiz Peixoto.

Em 1951, encena “Zum, Zum”, e “Ó do Penacho !”, de Renata Fronzi e César Ladeira.

Em 1952, encena “Miss Tarada”, de Luiz Peixoto e Geisa Bôscoli e “Mulheres de Todo Mundo”, de Geisa Bôscoli. Neste mesmo ano se apresenta em Portugal e viaja a Paris.

Em 1953, se apresenta em “Túnica de Vênus”, de Chianca de Garcia e “Paris 1900”, adaptação de “Ocupetoi d’Almélie de Feydeau”.

Em 1954, ingressa no teatro de comédia com a peça “Uma certa Viúva”, adaptação de “Jane”, conto de Somerset Maugahan, por Miroel Silveira.

Em 1955, faz a comedia “Um Marido pelo Amor de Deus”, de Luiz Verneuil.

Em 1956, faz “A Mulher de Barrabás”, José Lopez Rublo; “Miloca Recebe aos Sábados”, de Clô Prado; “A Dama das Camélias”, de Alexandre Dumas Filho. Neste mesmo ano trabalha no filme “Depois Eu Conto”, de José Carlos Burle; encena “Escândalos Romanos”, de Raimundo Magalhães Junior e “É das Birutas que Eles Gostam Mais”, de Danilo Bastos.

Em 1957, encena “A Sempre Viúva”, de Francisco Anísio e “Uma Certa Lucréia”, filme de Fernando de Barros. E neste mesmo ano apresenta-se na televisão em o Grande Teatro Tupi, no Rio de Janeiro; e neste mesmo ano apresenta “Absolutamente Certo” de Anselmo Duarte.

Em 1958, interpreta “A Grande Vedete”, filme de Eurides Ramos; e “Vinde Ensaboar nossos Pecados”, de Nelson Rodrigues.

Em 1959, estreia “La Mama” de André Rousin; “Dona Violante Miranda”, de Abilho Pereira de Almeida; “Calaboca Etelvina” e “Mineirona Vem Aí”, filmes de Eurides Ramos.

Em 1960, atua no filme “Só naquela Base”, de Ronaldo Lupo.

Em 1961, atua no filme “Com Minha Sogra em Paqueta”, filme de Saul Lachtermacher.

Em 1962, separa-se oficialmente de Danilo Bastos e neste mesmo ano estreia “Escândalos Romanos”, de Raimundo Magalhães Junior.

Em 1963, é contratada pela TV Excelsior de São Paulo, e participa do programa Humorístico “Vovô Deville”. “Senhora Presidenta”, de Hannequim e Weber. “Siamo Tutti Tarados”, de Barllele e Gredy. Neste mesmo ano atua no filme “Sonhando Com Milhões” de Eurides Ramos.

Em 1966, estreia a “Coco, My Darling”, de Marcel Mithos. Neste mesmo ano inicia na TV Globo o programa “Dercy Verdade”, que manteve até 1969.

Em 1968, estreia a peça “A Virgem Psicodélica”, de Leslie Stevens tradução de Edy Maia.

Em 1969, atua na peça “A Viúva Recauchutada”, de Jean Wall e Bergman.
Em 1970, encena a “Gatatarada”, de Danilo Bastos e “Sepulcro para Casal”, de A. C. Carvalho. Em Dezembro deste mesmo ano viaja para Portugal e se apresenta com a peça “Dama das Camélias”.

Em 1971, participa do filme “Se meu Dólar Falasse”, de Carlos Coimbra. Neste mesmo ano estreia um monologo de sua autoria; “A Difa… Amada”.

Em 1972, faz a peça “Os Marginalizados”, de Abílio Pereira de Almeida.

Em 1973, reestreia “Os Marginalizados”, com novo titulo “A Pomba Mecânica”, que foi alterado por causa da censura.

Em 1974, estreia “A Dama do Camarote”, de Jan Hartog.

Em 1974/75, estreia “Tudo na Cama” adaptação de “O Leito Nupcial”, de Jan Hartog.

Em 1977, participa na TV Globo do programa A Praça da Alegria.

Em 1977/78, faz “Dercy Biônica “, de Leslie Stevens, novo título de “A Virgem Psícodélica.

Em 1979, atua em “Dercy Beaucoup”, de Carlos Alberto Soffredini.

Em 1980, em Janeiro, recebe o prêmio APCA (Associação Paulistana dos Críticos de Arte). Neste mesmo ano, estreia na Bandeirante a novela “Cavalo Amarelo” e no programa Canal Livre, cuja a fita é apreendida. Neste mesmo ano, também na Rede Bandeirantes, atua na novela “Dulcineia Vai à Guerra”, de Jorge Andrade e Sérgio Gockman.

Em 1981, participa na TVE, do Rio de Janeiro, do programa “Os Astros”.

Em 1982, atua em “Dercy Vem Aí”, de Carlos Alberto Soffredini, Mário Wilson e Dercy Gonçalves.

Em 1983, faz “Dercy de Cabo a Rabo”, de sua autoria, neste mesmo ano estreia no filme “O Menino do arco-íris”, de Ricardo Bandeira. Neste mesmo ano, 30 de Dezembro, “Dia de Dercy”, homenagem recebida no Teatro Municipal do Rio.

Em 1984, estreia a peça de sua autoria: “Dercy de Peito Aberto”.

Em 1985, recebe o troféu Mambembe, como melhor personagem de Teatro, seu primeiro prêmio. Neste mesmo ano vai ao ar um especial sobre Dercy no Globo Repórter.

Em 1986, desfila no Carnaval em sua cidade natal – Santa Maria Madalena, na escola de samba Unidos de Madalena, onde foi tema para a escola.

Em 1987, estreia com “Dercy 80 anos Adeus Amigos”, de sua própria autoria.

Em 1988, participa do programa “Cocó My Darling”, na Tv Globo.

Em 1989, começa a participar do programa do Faustão, no quadro “O Jogo da Velha”, e faz A Grande Revista, sob a direção de Abelardo Figueiredo.

Em 1990, estréia em “Burlesque” de Helô Machado e Mário Wilson, onde canta “A Malandrinha”. Neste mesmo ano, faz o especial na Globo, “Conduzindo Miss Dercy”.

Em 1991, Dercy é tema da escola de samba Unidos do Viradouro, quando desfilou no sambódromo, de seios à mostra. Neste mesmo ano, tem participação em “Que Rei sou Eu ?”, novela de Cassiano Gabus Mendes, exibida pela TV Globo, e ainda neste mesmo ano, estréia o espetáculo “Bravo, Bravíssimo” de sua autoria.

Em 1992, é patronesse da Universidade Gama Filho, neste mesmo ano, atua na novela “Deus nos Acuda” de Silvio de Abreu, exibida pela TV Globo.

Em 1993, faz o filme “Oceano Atlantis” de Francisco de Paula.

Em1994, continuou suas atividades participando dos programas de televisão, novelas e especiais.

Em 1995, estreia o show “Bravo Bravíssimo”, nos teatros do Brasil inteiro, continuando em 1996.

Em 1997 e 1998, apresenta o show “Dercy, uma lição de Vida”, por todo o Brasil.

Ainda em 1998 é homenageada no programa Hebe Camargo na TVS e nos dias 20 a 23 de Junho, é homenageada em sua terra natal, Santa Maria Madalena..

Em dezembro de 1998, participa de Exposição que conta a sua história, no Centro Cultural Banco do Brasil, nas cidades do Rio de Janeiro, Brasília e São Paulo.

Em 1999, participa do SBT Repórter, do especial “Em Nome do Amor” e do Programa Domingão do Faustão, na Rede Globo.

Em 2000, faz o Programa “Fala Dercy” e ainda neste ano participa do lançamento do livro “Série do Teatro Brasileiro” de autoria de Simon Khoury, onde fala sobre sua vida.

Ainda em 2000, com 93 anos de idade, posou como garota propaganda top model da Du Loren.

Em 2001, inaugurou o Centro Cultural Dercy Gonçalves, na Casa Retiro dos Artistas, no Rio de Janeiro e participou do especial “Retratos Brasileiros” – Canal Brasil.

Em 2002, lançamento do livro “Coleção Gente – Dercy Gonçalves” no Rio e Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte, pela UNESA.

Ainda em 2002 é homenageada em Brasília pelo Ministério da Cultura e pela Presidência da República, pelos seus 95 anos de idade.

Em 2003, desfilou no sambódromo pela Escola de Samba Acadêmicos de Santa Cruz.

Em 2004, recebe uma homenagem especial no programa “Domingo Legal” do SBT e desfila como destaque “Musa das Musas” pela Escola de Samba Salgueiro, no sambódromo. Ainda em 2004, no dia 23 de junho, inaugurou seu “Monumento e Calçada da Fama Dercy Gonçalves” em Santa Maria Madalena, sua cidade natal.

Em 2005, homenageada com o Prêmio Tam de Cinema, na Marina da Glória, Rio de Janeiro e ainda participou da Exposição, no Espaço Único em São Paulo, de telas à óleo de grandes dimensões, pintadas pelo artista plástico Henrique Resende.

Em 2006, participou de Evento político em apoio ao Presidente “Lula”, no Canecão, no Rio de Janeiro, e participou do filme “Minha Vida Não Cabe Dentro de um Opala”

Ainda neste ano Participou do Programa Especial do “Super-Pop” da rede TV!, em abril do mesmo ano, inaugurou o teatro Dercy Gonçalves, no Grajaú Country Club, no Rio de Janeiro, inaugurou o Espaço Cultural Dercy Gonçalves em Itaocara, ganhou um programa especial na TV CULTURA “Dercy por Dercy e Por Alguns Amigos…”.

No dia 28 de abril, participou da inauguração da Sala de Cinema Dercy Gonçalves, em Madalena, e no dia 04 de setembro deste mesmo ano recebeu o título de cidadã paulistana da Câmara Municipal de São Paulo.

Em 2007, fez o lançamento do DVD “Dercy 100 Anos”, pelos estados brasileiros;

Também em 2007, Dercy voltou a participar do carnaval de Santa Maria Madalena, desfilando como destaque em carro alegórico da Escola de Samba Mocidade Independente do Itaporanga (Azul e Branco).

No dia 22 de junho, às 19 horas, na véspera do seu aniversário, participou da Sessão Solene em sua homenagem, quando houve a entronização do seu quadro fotográfico na Galeria de Honra da Câmara Municipal

No dia 23 de junho – dia do seu centenário de vida – Dercy foi alvo de muitas homenagens na sua cidade natal – Santa Maria Madalena: Às 06:00 h. – foi acordada ao som de uma alvorada, pela Sociedade Musical Euterpe Madalenense; às 12:00 horas – almoçou “feijoada” em sua casa, em companhia de familiares e amigos; às 15:00 horas – participou da inauguração do Portal dos 100, plantou uma muda de árvore “Pau Brasil”, fez lançamento da Pedra fundamental do Centro Cultural Dercy Gonçalves e cantou Parabéns Pra Você, na praça pública, ao lado de familiares, amigos e centenas de idosos que chegaram em caravanas de grupos de 3ª idade, oriundos de diversas cidades do Estado do Rio; às 18 horas – participou da Missa em Ação de Graças, na Igreja Matriz de Santa Maria Madalena; às 21 horas – participou de grandiosa festa que contou com quadrilhas juninas, shows, queima de fogos, bolo de aniversário, etc,

Em 2008, no dia 22 de março, esteve em Madalena para receber sua última grande homenagem dos seus conterrâneos, quando às 10:00 h., participou da reinauguração do Clube Montanhês e do descerramento da placa que denomina com o seu nome o palco do referido clube.

No dia 20 de junho, de volta a Madalena, desta feita para participar da sua última festa de aniversário na sua terra natal – coisa que fazia desde os seus 84 anos – que nesse ano foi comemorado nos dias 20 e 21 (sexta-feira e sábado). Nesse mesmo dia participou da inauguração de escola e de quadra poliesportiva, na comunidade de Manoel de Moraes.

No dia 21 recebeu diversas homenagens, às 10 horas, participou da abertura de exposição de quadros, às 12 horas almoçou com familiares e amigos, às 15 horas recebeu no Museu Dercy Gonçalves atletas que percorreram a pé, quase duzentos quilômetros, entre Cachoeiras de Macacu e Santa Maria Madalena; às 18 horas participou da Missa em Ação de Graças na Igreja Matriz e às 20 horas, cantou Parabéns Pra Você, no coreto da praça Frouthé (praça da matriz), local em que esteve por 17 anos consecutivos – dos seus 84 aos 101 anos de vida – participando da sua festa de aniversário.

Dia 23 (segunda-feira), Dercy passou o dia do seu aniversário no seu apartamento em Copacabana, Rio de Janeiro.

19 de julho/2008 – às 16:45 h., o Brasil é surpreendido com a triste notícia da morte da estrela maior dos seus palcos…

20 de julho – às 10 horas – início do velório no Salão Nobre da Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro;

21 de julho – às 11 horas seu corpo deixa a ALERJ e é levado sobre um carro do Corpo de Bombeiros para a sua cidade natal, onde chega às 16 horas, sob a escolta de 12 motoqueiros da Polícia Federal. Às 17 horas, no Clube Montanhês, tem início o velório com visitação pública, que perdurou até às 11 horas do dia seguinte, 22, dia da Padroeira da cidade – Santa Maria Madalena, quando o cortejo ao som do toque fúnebre de um ritmista da Escola de Samba Unidos do Viradouro, e acompanhado por mais de 5.000 pessoas, após passar na Igreja Matriz para a celebração da Missa de Corpo Presente foi levado ao mausoléu que a atriz mandara construir no ano de 1991, bem na entrada do cemitério público da cidade, onde às 13 horas, foi sepultado em posição vertical – atendendo a um desejo da própria atriz, em cuja solenidade foi executado o Hino Nacional Brasileiro executado pela Sociedade Musical Euterpe Madalenense, também contou com a participação do cantor Pedro Garcia que cantou a música “Uma estrela que brilha”, e ainda com a bateria da Escola de Samba Unidos do Viradouro, da cidade de Niterói, que executou o samba “Bravo Bravíssimo, Dercy Gonçalves, o retrato de um povo”, cujo enredo levou a sua historia ao sambódromo, no Rio de Janeiro, no dia 12 de fevereiro de 1991.